A guerreira mãe de um Aspie.
Vou renomear o blog. Faz mais sentido para mim neste
momento falar de algo que é uma experiência de vida e partilhar com outras
pessoas o que é a minha visão de ser mãe de um ser muito especial portador de
Asperger e Défice de atenção.
Este ser, que passará a ter o nome de Gladiador, veio a
ser diagnosticado primeiramente com o Sindrome de Asperger precisamente à um
ano.
Dos três filhos que tenho, desde o momento da gravidez
que sempre senti algo diferente e inquietante. Como reikiana que sou, e isto
vale o que vale, o meu sexto e sétimo chakras sempre sentiram uma vibração
diferente e, como desconhecia o porquê, causava algum desconforto.
Desde que nasceu até ao dia do diagnóstico, sempre achei
e senti que este Gladiador era um ser diferente dos outros. Dizem que não
devemos comparar os filhos e que todos são diferentes como os cinco dedos da
mão também são todos diferentes. Mas o que é facto é que, apesar de todos
acharem que eu estava a ver coisas que não existiam, no final eu tinha razão,
infelizmente.
Uma mãe é a unica pessoa que conhece o seu filho
verdadeiramente, é capaz de adivinhar com um olhar, uma palavra, um toque, tudo
o que se passa com o seu filho.
E eu não seria uma boa mãe se simplesmente fizesse como
todos fizeram, desvalorizando os pequenos gestos e atitudes do Gladiador.
Assim, entramos nesta cruzada com vista a ganhar a
batalha de todos os dias. Vencendo obstáculos e adaptando-nos aquilo que nos
é dado.
Se me fui abaixo, claro que fui... Afinal de contas não é
fácil ouvir um médico confirmar todas as nossas suspeitas que tinhamos durante
alguns anos, e entrar num consultório e dizermos, eu penso que ele tem isto, e
o médico olha para nós e diz, sim, tem...
Passo seguinte, levar com as balas no corpo, recompor, e
levantar a cabeça.
Procurei respostas onde as mesmas não existiam. O porquê
e o quando, o porquê ele... Cheguei à conclusão fui abençoada por ter sido
escolhida para ser mãe de um ser tão especial que olha o mundo com uma
simplicidade inagualável.
Um ano de terapia de psicomotricidade já passou. Houve
muitos desenvolvimentos e muitas vitórias, mas a vida não é perfeita e todos os
dias temos novos desafios.
Com a entrada no primeiro ano, tudo se veio a complicar,
as notas foram péssimas, as rotinas são dificeis de aceitar, as tarefas
propostas nunca são concluidas.
Se por um lado notamos um certo crescer, por outro
verificamos uma dificuldade enorme em aprender e reter a informação.
Apareceram medos novos, crises de ansiedade fortes, uma
panóplia de sentimentos dificeis de controlar.
Mais exames, mais questionários e mais uma vez a suspeita
da mãe Guerreira a ser confirmada. Agora é o Défice de Atenção...
Confesso que este me assusta ainda mais que o primeiro.
Enquanto que o primeiro mexe mais com as competências sociais este mexe mais
com o reter o que aprende, o que cria dificuldades acrescidas.
Lembro-me de no dia anterior à consulta ter dito à Maria,
vais ver como ele tem isto e vou sair da consulta com prescrição de medicação.
Meu dito, meu feito...
E após leitura de questionários e análises, diz a médica,
tem um grau significativo e portanto esta intrinseco nele, temos que medicar
com Rubifen.
Sem chão... Não pode ser, o meu Gladiador... Não quero.
Agora começa mais uma experiência. O meu instinto diz-me
igualmente que o caminho é este. Não vale a pena ignorar atè porque o único
prejudicado era ele.
Vamos para a farmácia e sim, eu sei que este medicamento
é cabeludo, a internet faz-nos o favor de nos colocar à disposição todo o tipo
de informação, boa e má!
Tudo foi pedido, meu BI, BI dele, um registo de
informação como nunca tinha visto. Avisos, atenção que sob hipótese alguma este
medicamento sai da farmácia sem receita... Que pavor!
Começamos ontem... E hoje começamos a contar a nossa
experiência.
Este post è bastante longo, mas teve que ser assim para
nos situarmos no tempo e começarmos agora a reescrever a história.
Até já Guerreiros!